Por onde andei, bailarina?

"Por onde andei, bailarina?" foi o meu primeiro projeto autoral de verdade!!! Vou contar um pouquinho dessa história....

Trata-se de um reencontro meu (principalmente) com a dança, por meio da fotografia em que eu quis retratar alguns lugares que marcaram a minha história e a minha vida. 

Comecei então pela minha cidade natal, a querida Belo Horizonte/MG. Meu berço, minhas raízes, minha família, meu marido, minha fé, meus amigos. Cidade onde me tornei bailarina, advogada, coreógrafa voluntária.

Em seguida veio a querida e histórica cidade de Ouro Preto/MG, patrimônio mundial da humanidade e nosso primeiro lar juntos pós casamento. Cidade que aprendi a amar e a me sentir praticamente uma cidadã ouropretana. Palco de muitas histórias de vida e profissionais e onde fizemos mais amigos. Foi lá também a consolidação e o ápice da minha carreira jurídica e onde passei alguns meses escrevendo o meu primeiro livro jurídico, então publicado.

Foi em Ouro Preto o meu primeiro contato técnico com a fotografia. Em um belo final de semana de janeiro, tanto eu quanto meu marido resolvemos fazer um workshop com o grande amigo e fotógrafo da região. Ninguém menos do que o Eduardo Tropia. E foi nesse workshop, "Um Olhar" que algo diferente despertou dentro de mim... onde me conscientizei que era capaz de fotografar algo simples, como um corrimão, de uma forma diferente e bela. Então pensei comigo mesma, "uai", não é que ficou bonita a foto? kkkk mas essa é uma história para uma outra hora...

Continuando, finalizo o projeto na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, cidade esta que nos acolheu de braços abertos, assim como o Cristo! Momento de repaginação da vida e de encarar novamente um recomeço. Momento de descobrir e resgatar os sonhos, a leveza, a arte e o belo. Nesta fase, duas excelentes profissionais foram fundamentais nas minhas descobertas, encontros e reencontros com a fotografia, com a dança e, principalmente, comigo mesma, são elas a Ana Sílvia Teixeira e Carmelita Olímpio, hoje grandes amigas! Claro que nada disso seria possível se não fosse o apoio constante do meu grande amor, Ricardo!

Foi no Rio onde me formei em fotografia e entrei de cabeça nesse mundo fotográfico, conhecendo mestres, aprendizes e muitas pessoas incríveis que hoje são amigos de vida! E hoje sou a soma de tudo isso e essa é um pouquinho da minha história. 

E, para ilustrar, o projeto foi composto por 3 bailarinas lindíssimas, um espelho, 3 cidades e 3 assistentes incríveis! 

A primeira bailarina escolhida foi a querida Joana Farnezzi, uma amiga de longa data e dona do pé de bailarina mais lindo que eu conheço! O local escolhido foi Belo Horizonte, mais especificamente a Igrejinha da Pampulha. Para esse ensaio contei com o precioso apoio da minha querida prima, Andréia Bomfim. Quando chegamos na casa da Jô, ela já tinha separado alguns vestidos para escolhermos juntas. Quando vi esse azul, não tive dúvidas de que seria perfeito para contracenar com a igrejinha e assim foi feito! A técnica e leveza da Joana encaixaram como uma luva com as curvas e formas da igrejinha, dando vida e ainda mais beleza nas fotos!!! Foi um dia incrível, não apenas pelas fotos mas também pela oportunidade de rever e matar a saudade dessa amiga querida!

A segunda bailarina escolhida foi a Gabriela Antonakis, que com seus traços gregos possui uma postura sem igual! A cidade não podia ser outra senão Ouro Preto!! Conheci a Gabi uns dois dias antes do ensaio e fomos tomar um café juntas para bater um papo. Logo percebi que o ensaio seria maravilhoso, pois ela é uma pessoa super iluminada e talentosa!! Novamente o espelho me ajudou a refletir as ladeiras de Ouro Preto e, para isso, contei com a ajuda super importante da Áurea Margarete, mãe da Gabi. Demos boas risadas e ainda fui apresentada a lugares em Ouro Preto que ainda não conhecia, mesmo tendo morado 8 anos lá. 

E a terceira, mas não menos importante, foi a Gabriela Sisto, bailarina do Teatro Municipal que, com toda a sua leveza, técnica e elegância, me encantou!!! Na cidade maravilhosa escolhi retratar o mar, pois, como boa mineira que sou, a minha lembrança do Rio quando adolescente eram a praia e o mar!! Aqui o desafio do espelho aumentou, pois além da dificuldade de posicioná-lo para pegar o melhor ângulo (o que contei com a ajuda da Christina Sisto, mãe da Gabi e também da Maria Souza), tinham as ondas que vinham e voltavam. E numa dessas, o espelho quase se foi para sempre!!!! O onda veio e, num piscar de olhos, derrubou o espelho me derrubando também no chão!!!kkk A minha primeira reação foi levantar a câmera e clicar e o resultado (acima) ficou bem legal!!    

À todos vocês, minha eterna gratidão!!!